sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SERA?


A bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagrede ser duas em uma, plenamente.
A bunda se divertepor conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhasa
volumam-se descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda.



Esse poema é do escritor e poeta Carlos Drummond de Andrade, vale ressaltar que o mesmo faleceu em 1987 (já faz um tempo não), a data do poema eu já não sei.
Pois bem seria Drummond uma espécie de mago ou vidente que mesmo há tanto tempo previu a bundalização da cultura brasileira?
Sim o caos existe está na sua e na minha porta, batendo com força, nossas crianças e jovem saem das escolas mal sabendo ler e escrever, mas desde cedo aprendem a “dança da bundinha” “Creu” “Glamourosas” e tantas outras porcarias do gênero, e pior é vê-los sendo incentivados pelos pais que acham tudo uma gracinha.

Ah aha arrebita a rabeta... Ah aha e me diz meu bem o que mais que você têm... (disse o pensador)

As bundas estão aí em cadeia nacional em programas de TV, em revistas na Internet e tantos outros lugares, me pergunto elas invadirão o mundo? Coitada das Chinesas!
Recentemente Tivemos a tragédia de uma menina de 15 anos (Eloá), uma menina que começa a namorar aos doze, muitos disseram uma “criança”, mas já esta rodando por ai fotos com ela fazendo poses sensuais e adivinha... Arrebitando a famigerada bunda (Tragédia anunciada).

E eu lhe pergunto quantas crianças de 15 anos como essa você vê lendo um livro ou qualquer outra coisa que acrescente algo a sua vida? Quantas mais perderemos pela falta de cultura, educação, saúde, quantas mais precisaremos ver em bocas de fumo, se drogando, se prostituindo.

Quantas? Quantas? Quantas Mais?

Drummond não terminou a sua obra faltou falar do Silicone
Que Deus o Tenha, ele está melhor do que nós.

Ado , a-ado... Bem mais que um simples quadrado

CADA UM NO SEU QUADRADO?
Acordado, amarrotado, sobressaltado
Atrasado e mal-humorado
Não é sujeito, não tem jeito
Ou profissão

Apertado, ultrajado, ludibriado
Insultado e castigado
Vai em pé
Não senta não

Explorado, usurpado, expropriado
Sem que alguém tenha notado
Quer falar
Não fala não

Expurgado, desterrado, despejado
Sem sequer qualquer trocado
Pra seis bocas
Sem fogão

Vitimado, mal amado, sustentado
Pobre coitado mal tratado
Mas esmola
Não quer não

Enganado, aviltado, foi logrado!
Engessado encachaçado
Do hospital
Tem aversão

Ultrapassado, derrotado inveterado
Mal trajado e calejado
Disseram-lhe certa vez
Não desiste cidadão!

Envenenado, enforcado, suicidado
Cubicado e bem pesado
Seu legado carregado
Arrastado no caixão.