sexta-feira, 3 de outubro de 2008

As flores do meu quintal


Quando éramos crianças, não podíamos brincar de bola no quintal de casa por um motivo que, para nós, não fazia o menor sentido. Havia inúmeras flores.
Para que flores? Aliás, para que um quintal de "chão batido", de terra, num bairro onde todos tinham seus espaços com ladrilhos, limpos e brancos, escorregadios e gelados, com seus cachorros correndo e derrapando nos dias de chuva.
Ficávamos desolados com aquelas inúmeras plantas que impediam nossa diversão, com aquela terra que sujava nossos pés com havaianas e nos diferenciava das outras crianças que riam e não entendiam, assim como nós, o porque daquela insistência com um quintal de terra, plantas, flores e até uma imensa árvore que sustentava um balanço e servia de uma diversão fantástica.
Hoje, estamos cercados de muros, grades e concreto... O pouco que resta das flores está encerrado em pequenos vasos, condicionados pelo pouco espaço que possuímos...
As flores do meu quintal eram o símbolo de liberdade. Nossa liberdade e da natureza.
Roverson

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