terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O velho na estrada do sul

O velho no fim da vida
olha sua molhada terra.
A chuva fina, suas nuas pernas,
orvalho em seus grisalhos fios

Quanta há de memória nesse velho?
Seus olhos semi-fechados, molham.
É a chuva? Lembranças, lembranças,
sua terra molhada, seu cachorro.

Rompe o silêncio eterno. Um ronco.
Um carro, ou o que sobrou deste
com o peso do tempo. Crianças.

O velho desperta do sonho,
tudo recomeça, devagar e simples.
A vida tem, sim, sentido.

(18/10/08)

Um comentário:

Anja do Tempo disse...

Rs... coisas de poeta... coisas de historiador. Vc tem uma característica muito importante em suas poesias, sonetos e textos: são todos sensíveis, porém críticos. Amei!

Angélica Campideli - Minas Gerais